Sessão de lançamento da obra "José Guilherme Pacheco (1821-1889), o Rei de Paredes"
Ao longo de treze capítulos, este trabalho de investigação percorre a vida e obra de José Guilherme Pacheco, que se distinguiu pelo seu brilhante percurso profissional, cívico e político, a partir da década de 1850.
Notável jurista e homem de causas, muito próximo de Fontes Pereira de Melo e Martens Ferrão, fiel até ao fim da sua vida ao Partido Regenerador, foi por diversas ocasiões presidente da Câmara Municipal de Paredes, concelho por cujo progresso lutou com tanto empenho e sucesso, e recolhendo tal unanimidade local, que ainda em vida ganharia o epíteto de “rei de Paredes”. Na Câmara dos Deputados, onde tomou assento durante várias legislaturas, sobressaiu como orador eloquente e profícuo legislador. Foi procurador e depois presidente da Junta Geral do Distrito do Porto durante quase uma década, além de governador civil de Angra do Heroísmo.
Exemplo acabado do caciquismo moderno, em que a influência dentro da máquina do Estado passou a sobrepor-se ao capital, recolheu fervorosos apoiantes e adversários, travando-se de razões com Oliveira Martins, sendo alvo de uma alegada tentativa de assassinato e, décadas mais tarde, detido nas cadeias do Governo Civil do Porto. Humanista e benemérito, membro de numerosas instituições cívicas, foi, já no fim da sua vida, um dos principais impulsionadores do Jornal de Notícias.
Trata-se, indubitavelmente, de uma das grandes figuras políticas do Liberalismo português da segunda metade de Oitocentos, cujo percurso, até agora ainda largamente desconhecido, é finalmente revelado, pelo menos na sua parte fundamental, ao longo das mais de 500 páginas desta obra, patrocinada e editada pela Câmara Municipal de Paredes.