Os Presidentes do Parlamento Português Volume II - I República (1910-1926)
Neste sentido, serão publicadas as biografias dos Presidentes das Câmaras parlamentares que funcionaram durante a Monarquia Constitucional, I República, Estado Novo e III República, procurando esclarecer, sempre que as fontes consultadas o permitirem, questões tão simples quanto difíceis de responder. Quem são? Qual a sua naturalidade e filiação? Qual a área socioprofissional de recrutamento? Qual a sua idade à tomada de posse? Qual o tempo do seu mandato? Qual a ação ou o papel político que desempenharam no exercício dos seus mandatos? Que outros cargos políticos, além de Presidentes da Câmara dos Deputados ou do Parlamento, exerceram? A que forças políticas estavam ligados? Que publicações nos deixaram? Para além destes elementos, chamamos a atenção para outros aspetos, como a conjuntura política no âmbito da qual se situou a eleição/indigitação de cada Presidente; as questões nacionais que, durante o seu mandato, tiveram repercussão no Parlamento e a publicação de textos da sua autoria – intervenções, excertos de obras ou artigos seus com significado político –, ou de outros autores sobre tais personalidades, quando existem, que ajudem a caracterizar o seu perfil cívico ou político. O presente volume, que se associa às comemorações do Centenário da República, debruça-se sobre os Presidentes do Parlamento Português durante a I República (1910-1926), ou seja, as dezoito personalidades que neste período presidiram à Câmara dos Deputados e ao Senado. Os resultados obtidos aí estão, distintos em função do que encontrámos... e do que não encontrámos. Se há Presidentes do Parlamento sobre os quais poderíamos escrever uma extensa biografia, outros há que, eleitos pelas forças partidárias dominantes no Congresso, não tiveram um percurso político relevante, que nos permita, através das suas intervenções, apreender a sua formação, motivações, preocupações ou convicções – mesmo sabendo nós que, a partir do momento em que são eleitos, os Presidentes de qualquer uma das duas Câmaras ficam com um espaço de intervenção política mais reduzido, a não ser a propósito de alguma efeméride ou momento político dramático. Seja como for, não temos dúvidas de que, com este projeto de investigação, a fronteira do desconhecido quanto a estas importantes figuras da I República irá recuar muito significativamente, contribuindo, desta forma, para uma melhor compreensão da vida política de um dos períodos mais apaixonadamente debatidos da História Contemporânea de Portugal.