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O restauro quinhentista da Igreja da Graça de Évora: influências teóricas de Alberti e um modelo formal no Tempio Malatestiano de Rimini

Susana Matos Abreu
2011
18 páginas

As obras que converteram a Igreja de N. Sra. da Graça de Évora (c. 1534-41) em temple-of-glory destinado a D. João III (c.1534-42) parecem ter sido entendidas na sua época como uma espécie de restauro. Tal perspetiva permite questionar aqui a importância do De re aedificatoria (1486) de Leon Battista Alberti no mais vasto programa de requalificação urbana em que a obra se insere. Num momento em que a corte se revia no passado romano da cidade ambicionando elevá-la a capital do reino, tal projeto, assente na valorização de vestígios arqueológicos, parece seguir o trilho ideológico da renovatio urbis aberto em Roma quando Alberti se encontrava ao serviço do papa Nicolau V. O mesmo prisma permite sugerir ainda que o invulgar desenho da fachada da Graça se tenha inspirado noutro projecto de restauro realizado pelo próprio Alberti: o tempio desenhado para Sigismondo Malatesta, senhor de Rimini, tal como aparece representado na medalha comemorativa cunhada c. 1450.


Palavras-chave: arquitetura renascentista; teoria do restauro; culto da Antiguidade; humanismo arqueológico; iconografia da arquitetura