Patuleia e junta do Porto. Homens e ambientes
- 1998
- 8 páginas
Dizia Teófilo Braga que a comemoração dos centenários constituía uma «síntese afectiva», aludindo ao processo de identificação que sempre implica a escolha dos acontecimentos ou dos agentes históricos a assinalar. Essa afectividade não se pode escamotear relativamente ao sesquicentenário da Patuleia, comemorado em vários pontos do País e, por maioria de razão também aqui no Porto, em cujas representações se diluem imagens contraditórias mas que têm sempre por pano de fundo uma ideia de força popular, de indignação cívica, de soberania nacional. Na história política do País, e na da cidade do Porto em particular, a revolta da Patuleia assume um lugar paradigmático pelo que representa de vontade e de impotência, de anseios e de condicionamentos internos e externos, numa história vivida e apreendida com o sacrifício individual e colectivo, com a ampla e sofrida participação dos agentes políticos que na altura eram considerados pelo sistema com um estatuto eleitoral de passivos.