Desigualdade e corrupção em países desenvolvidos – um sistema auto-sustentado? Estudo empírico comparativo (1995-2007)
- 2011
- 12 páginas
É nosso propósito neste estudo investigar as potenciais relações existentes entre a corrupção e a desigualdade de rendimentos ao nível dos Países Desenvolvidos, através de um estudo empírico sobre o período 1995-2007. Portugal apresenta sobre este período um trend crescente da desigualdade económica. Desde logo, o facto de integrar a União Europeia e de esta eleger como prioridade na sua agenda política o combate à corrupção, conduziu-nos a focalizar a nossa investigação neste grupo de Países.
A nossa hipótese fundamental reside na potencial existência de um ciclo vicioso em que a corrupção constitui factor explicativo da desigualdade económica e simultaneamente a desigualdade constitui factor determinante da corrupção, criando-se assim um sistema autosustentado, via interdependência destas variáveis. Pretendemos captar estes efeitos construindo um sistema de equações e procedendo à sua estimação por 2SLS (Two Stage Least Square).
Focalizando-nos ao nível dos Países Desenvolvidos, consideramos fundamental introduzir algumas variáveis indicadoras da percepção dos indivíduos sobre a qualidade do funcionamento da sociedade e das instituições democráticas porquanto se repercutem sobre os seus comportamentos, a par de variáveis económicas.
Consideramos ainda, neste contexto de análise, diferentes grupos de países desenvolvidos atendendo a especificidades estruturais identificáveis: os recentes países do Leste Europeu membros da UE, os países do Sul da Europa, os países da América do Norte e o Japão.