“Para não perder a majestade”: sensibilidades românticas e imagens do passado na obra Retratos dos Grandes Homens da Nação Portugueza
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O alvorecer do século XIX foi, para os que viviam no Reino de Portugal, um período politicamente conturbado, e pontuado por acontecimentos – a invasão francesa ao território, a transmigração da Corte real, a posterior secessão do Reino do Brasil -, cujos efeitos estimularam sentimentos de perda e de nostalgia na relação entre um passado entendido como lócus da glória e da grandeza e um futuro incerto. Este fenômeno pode ser percebido através da análise de obras destinadas a celebrar e enaltecer experiências passadas de indivíduos e coletividades. Destaque deve ser concedido às inúmeras “galerias impressas” que passaram a ser editadas nas sociedades europeias e americanas, em publicações esteticamente cuidadas, por vezes monumentais, desejosas de fazer circular para além dos espaços palacianos aqueles considerados grandes homens. Uma delas, intitulada Retratos dos Grandes Homens da Nação Portugueza em Estampas com Epítomes das suas Vidas, editada em Lisboa por Antônio Patrício Pinto Rodrigues a partir de uma coleção de gravuras em preto e branco – denominadas genericamente