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Entalhadores bracarenses e lisboetas em Minas Gerais setecentista

Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira
2007
8 páginas

No ano de 1790, o segundo vereador da Câmara da cidade de Mariana, o capitão Joaquim José da Silva, cumprindo Ordem Régia de D. Maria I elaborou uma crônica sobre a situação das artes na antiga Capitania das Minas Gerais, com ênfase na arquitetura e escultura.

Fonte primária de referência obrigatória, este utilíssimo documento, utilizado por gerações sucessivas de pesquisadoras desde meados do século XIX, pode ainda revelar surpresas, quando questionado sob enfoques diferentes dos habitualmente seguidos pela historiografia da arte no Brasil. Por exemplo, apesar do destaque dado à figura do artista mestiço Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, fato registrado em prosa e verso por todos que utilizaram o documento, é provável que se trate do único, entre vários nomes de arquitetos e artistas mencionados no texto, efetivamente nascido no Brasil. Os demais, em esmagadora maioria, são de origem portuguesa, incluindo engenheiros militares como José Fernandes Pinto Alpoim e Pedro Gomes Chaves, mestres de obras, como Manoel Francisco Lisboa e José Pereira dos Santos e entalhadores, entre os quais José Coelho de Noronha e Francisco Xavier de Brito são também citados como escultores.