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João António Bellini de Pádua: a mobilidade de um escultor italiano em Portugal no século XVIII – parcerias artísticas e encomendadores

Teresa Leonor M. Vale
2007
14 páginas

Constitui-se como objectivo principal deste texto desenvolver uma aproximação eficaz à figura de João António Bellini de Pádua, escultor e arquitecto italiano com actividade conhecida em Portugal entre 1725 e 1748. Essencialmente reconhecido como escultor, a verdade é que o próprio Bellini se auto-intitula escultor e arquitecto, numa obra de sua autoria – a Descripçam da Engenhosa Maquina em que para a Memoria dos Seculos se Colloca a Marmorea Estatua do sempre Magnifico Rei e Senhor Nosso D. João V – impressa em Lisboa no ano de 1737 e como tal é igualmente referido no documento comprovativo do pagamento de um retábulo (para a Quinta de Santa Bárbara, nas proximidades de Constância), datado de 18 de Setembro de 1740. Com efeito, uma observação mais atenta da globalidade da sua obra, permite aceitar com facilidade esta dupla formação e eventual actividade por parte de João António Bellini – não só a sua obra estritamente escultórica se articula e interage de forma eficaz com a envolvente arquitectónica (como o gosto e a maneira barroca reclamam) mas também algumas das suas peças (como a sua intervenção nos retábulos da igreja conventual do Louriçal ou da actual igreja paroquial de S. Bartolomeu de Lisboa) evidenciam uma concepção simultaneamente arquitectónica e escultórica, revelando um claro domínio de ambas as linguagens por parte do artista paduano.