Bragança. Das origens à Revolução Liberal de 1820

“Brigância”, “Julióbriga” ou “Benquerença”, vários nomes, em várias eras, para definir uma mesma realidade que é este magnífico povoado a que hoje chamamos Bragança!

Um território que, desde muito cedo, reuniu argumentos para aqui se fixarem povos como os romanos, celtas, suevos ou visigodos, e achados arqueológicos encontrados na região permitem-nos, ainda, concluir que a sua ocupação remonta à Pré-história.

Tal como qualquer cidadão, um país ou, no caso concreto, um concelho, só pode saber e compreender quem genuinamente é e qual a raiz da sua identidade se conhecer as suas origens, isto é, saber de onde veio, perceber os fenómenos sociais, políticos, económicos, religiosos, culturais ou outros, que o rodearam, quais as suas particularidades, no fundo, a sua história e a sua evolução.

Só através de um estudo aprofundado, de uma investigação rigorosa, é possível entender os vários processos de transformação que possibilitaram mudanças, algumas delas substanciais, que nos trouxeram à Bragança que hoje conhecemos e nos ajudam, com maior assertividade, a traçar uma linha orientadora com vista à construção de um futuro próspero e sustentável e que dignifique o legado que nos foi deixado pelos nossos antepassados.

Tendo por base este pensamento, o Município de Bragança tem vindo a investir no conhecimento, através da promoção de exaustivos e detalhados estudos, com profissionais de investigação a retratarem a nossa história multissecular.

Assim acontece com estes dois volumes, agora editados, que, tal como o próprio título indica, abrangem uma referência temporal muito vasta, que vai desde a Origem de Bragança (30 000 anos atrás) até 1820, mostrando o quão rica é a História de Bragança, evitando análises simplistas, imediatistas e redutoras que, por vezes, nos empurram para interpretações erróneas.

Uma obra de investigação pensada e desenvolvida por um conjunto de investigadores que abordam várias áreas para que fiquemos com uma perceção clara do enquadramento de Bragança na época em análise, situação inédita até ao momento da vida da nossa cidade, e do nosso concelho.

Servem, também, o propósito de completar outros dois volumes já editados, também pelo Município, intitulados Bragança na Época Contemporânea, cujo intervalo temporal se centra de 1820 aos nossos dias (2012).

Deste modo, julgo ser de elementar justiça enaltecer o trabalho do cepese – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (Universidade do Porto), e de todos os que deram o seu contributo para este magnífico trabalho.

Esta obra torna-se, também, importante na medida em que promove a valorização dos Brigantinos, perpetua memórias e regista a garra das suas gentes que, não obstante a localização geográfica “atrás-dos-montes”, tornou e torna a sua vivência mais desafiadora e genuína.

Cremos que o retrato traçado nestes dois volumes de Bragança. Das Origens à Revolução Liberal de 1820 se constituirá como um importante instrumento de conhecimento para as gerações presentes e futuras, um legado material que contribuirá para afirmar, inequivocamente, Bragança como um polo dinamizador de cultura e de preservação da memória coletiva.

 Nota: Por questões de direitos de publicação, apenas disponiblizamos as primeiras páginas da obra, que pode ser adquirida em livrarias ou consultada na Biblioteca do CEPESE.