Trajetórias femininas, trajetórias invisíveis: as mulheres galegas no além-mar
- 2017
- 16 páginas
A participação da mulher galega no fenómeno imigratório rumo às Américas a partir da segunda metade do século XIX transcende o significado do que se compreende como processo migratório, ou seja, o ato de partir em busca de terras promissoras. A presença feminina não se limita ao deslocamento, ela é muito mais abrangente, pois as mulheres se comprometeram com a imigração também de forma indireta, por meio de sua permanência e contribuição no local de origem. Quando a imigração levou os varões para longe de suas terras, a maioria das galegas permaneceu nas propriedades familiares, zelando e cuidando do sustento da economia doméstica. A Galiza se transformou, assim, em uma espécie de matriarcado forçado, lugar das chamadas viúvas de vivo, daquelas incansáveis mulheres que nunca desistiam de esperar.