Funções executivas e sintomas de ansiedade: estudo em idosos sob resposta social
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A idade avançada caracteriza-se por várias mudanças psicológicas/biológicas, entre as quais se incluem mudanças do funcionamento cognitivo (Salthouse, 2009), em particular, alterações do funcionamento executivo, e ainda mudanças emocionais, incluindo a manifestação de sintomas ansiosos (Bryant, Jackson, e Ames, 2008; Segal, June, Payne, Coolidge, e Yochim, 2010). As funções executivas (FE) consistem num conjunto de processos que controlam/regulam atividades cognitivas mais simples e comportamentos dirigidos para objetivos dependentes da integridade dos lobos frontais (Lezak, Howieson, Loring, Hannay, e Fische, 2004) e, talvez por isso, o declínio das FE pode ser um marcador prodrómico importante demencial (Pereira, Yassuda, Oliveira, e Forlenza, 2008; Salthouse, Atkinson, e Berish, 2003). Por isso conhecer os correlatos das FE é importante para a implementação de programas de reabilitação. Tal como as FE, os transtornos/sintomas ansiosos parecem remeter essencialmente para o mal-funcionamento de estruturas pré-frontais (Ferrari, Busatto, McGuire, e Crippa, 2008). Segundo Sinoff e Werner (2003), a ansiedade é também indissociável da perda de memória e a sua presença é também um indicador precoce para declínio cognitivo futuro. De facto, vários estudos mostram que os sintomas ansiosos (SA) se relacionam com o declínio cognitivo (DC) (Beaudreau e O’Hara, 2008; Pietrzak et al., 2012). No entanto, se a relação entre ansiedade e défice executivo (DE), devido à partilha anatómica, é teoricamente aceite, empiricamente a investigação tem sido inconclusiva (Alansari, 2004). Assim, são objetivos do nosso estudo, averiguar a prevalência de DE e dos SA, verificar se há relação entre DE e SA, analisar outras associações potenciais com o DE e estudar o papel preditivo de variáveis relevantes no DE.