Identidade, estado e o paradigma da centralização
- 2011
- 12 páginas
Portugal, enquanto espaço político de forte identidade e poder de integração e diversidade cultural, constrói-se ao longo do tempo. Essa construção implicou um processo próprio de estruturação centralizada que vem do crescente engrandecimento do poder régio, passando pela projecção de uma forte capacidade de controlo ultramarino (Brasil), pela expressão típica do estatismo e absolutismo pombalino que a teoria e prática liberais dimensionam depois de modo específico na superação da funcionalidade policêntrica do Antigo Regime.
Muitos dos debates de sentido descentralizador (v.g. regionalização) que vêm até aos nossos dias e caracterizam aspectos da cultura política portuguesa só se podem explicar pela compreensão adequada a partir da vigência de um efectivo e persistente paradigma de centralização. Mas a definição identitária de Portugal na Península Ibérica e na Europa, além da vertente política, exige ainda que se atenda a factores culturais e mentais que poderia circunscrever em três temas: espontaneidade e resistência; unidade e atlanticidade; identidade nacional e Europa.