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Os Presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (1914-2024)

Fernando de Sousa e Diogo Ferreira (coord.)

Federação Portuguesa de Futebol
2025

Homens do desporto, praticantes de diversas modalidades, como o atletismo, a ginástica, o ciclismo, o andebol e, claro, o futebol, os primeiros presidentes da Federação estiveram entre os pioneiros da modalidade em Portugal. Foi essa paixão pelo jogo que levou estes sportsmen a juntar-se e a formar clubes. O perfil dos primeiros presidentes da Federação, professores, médicos e militares, evidencia não só o prestígio da personalidade entre os seus pares, como também o perfeito enquadramento no pensar da época, de crescente divulgação do desporto nas várias dimensões do higienismo, desde o social ao económico e político.

Com o advento do Estado Novo, os corpos diretivos, presidentes incluídos, não fugiram à regra do que se passava em outros domínios, e passaram a ser homens de confiança do poder instituído. Entre 1976 e 1994, especialmente durante a década de 1980, os presidentes e as suas Direções foram assistindo à perda da hegemonia a que estavam habituados.

Entretanto, a chegada de presidentes com um perfil mais moderno, ligados à gestão profissional, deu início a um período de reformas na organização federativa. A estabilização, aliada à melhoria substancial nas performances internacionais, possibilitou uma progressiva recuperação da credibilidade e do prestígio da instituição. A presença, desde então, em praticamente todas as fases finais das grandes competições internacionais garantiu um retorno financeiro contínuo, o que permitiu à Federação reforçar a sua vertente económico-financeira, abrindo caminho para um investimento sustentado.

Hoje, a Federação é bem diferente do que fora décadas antes, mas os seus presidentes e Direções mantêm o ADN do fomento do futebol, através do desenvolvimento das outras modalidades integradas na Instituição, como o futsal, o futebol de praia e a vertente feminina. O caminho para aqui chegar foi difícil, repleto de congressos e assembleias dedicados a adaptações e revisões estatutárias, para tentar dar resposta às numerosas mudanças da vida associativa, política, institucional, legislativa e social, no plano nacional e internacional. Os presidentes da Federação viveram a complexidade de gerir as pressões das associações, as tensões entre estas, a aplicação dos regulamentos, as regras, a disciplina e muito mais. Um caminho árduo, mas bem-sucedido, muito por força da ação das 31 personalidades que procurámos dar a conhecer nesta obra, cuja inevitável consagração veio a tomar a forma da autonomização do presidente da FPF enquanto órgão federativo, em 1995, no quadro da indispensável profissionalização do cargo e consequente reforço de atribuições próprias.

 

Nota: Por questões de direitos de publicação, apenas disponiblizamos as primeiras páginas da obra, que pode ser adquirida em livrarias ou consultada na Biblioteca do CEPESE.

 

Colaboraram nesta obra: Afonso de Melo, Ana Carolina Madail, Bruno Rodrigues, Diogo Ferreira, Eduardo Barros de Oliveira, Fernando de Sousa, João Marcelino, José da Cruz Lopes, Manuel Couto, Ricardo Rocha e Rui Miguel Tovar