Da forma e da preciosidade da palavra. A presença de sacras barrocas italianas na celebração religiosa do Portugal de Setecentos

Esta intervenção tem por objectivo empreender uma apresentação de alguns conjuntos de sacras barrocas italianas que se encontram integradas em colecções nacionais e resultam não apenas de encomendas régias mas também de encomendas de particulares. Assim, após uma abordagem da origem e função das sacras no contexto da celebração religiosa católica pós‑tridentina, ocupar‑nos‑emos de quatro conjuntos de sacras barrocas italianas que tivemos ocasião de identificar no âmbito do projecto de investigação que temos em curso: os dois conjuntos pertencentes à capela de S. João Baptista da igreja de S. Roque de Lisboa, da autoria do ourives Antonio Vendetti (1699‑1796); o conjunto de sacras da igreja da Ordem Terceira de S. Francisco de Elvas, do ourives Giovanni Paolo Zappatti (1691‑1758); e o conjunto de sacras que pertenceu à Sé de Coimbra, da autoria do ourives Filippo Tofani (1694‑1767). Todas estas peças possuem em comum o ambiente de produção: Roma; a cronologia da sua realização: meados de Setecentos; e ainda um conjunto de características formais, entre as quais emerge uma evidente componente escultórica, a nossos olhos particularmente interessante.