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Triângulo imigrantista: o caso Hessels-Carrière e a reemigração de portugueses do Brasil para a Venezuela e as antilhas holandesas

José Sacchetta
2008
10 páginas

A deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) marcou o panorama dos deslocamentos populacionais destinados ao Brasil. Condizentes com o espírito da época, as leis que normatizavam a imigração guiaram-se pelo restricionismo e pela seleção dos candidatos ao visto de entrada no país, de acordo com a origem nacional e étnica, profissão, condições de saúde e perfil ideológico. Nesse quadro legal de imposição de limites ao afluxo de estrangeiros, a política do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945 ) estabeleceu situação peculiar para os portugueses, habilitando privilégios que os distinguiram em dois sentidos: os lusos foram deixados de fora da legislação brasileira restritiva à admissão de novos imigrantes, ao mesmo tempo em que se buscou incrementar a sua imigração, "por todos os motivos a mais aconselhável para o Brasil", 1 nas palavras do presidente do Conselho de Imigração e Colonização ( CIC), Frederico de Castelo Branco Clark, direcionadas ao ministro das Relações Exteriores Oswaldo Aranha.